Devo dizer, antes de mais nada, que me surpreendi com o excesso de e-mails me criticando por eu criticar o governo. E é por isso que escrevo esse texto. Ué, será que essa gente está lendo meus arquivos? Será que quando se entra na internet entra-se também em tudo que está no pc ( ops )? Isso é uma loucura. Sempre desconfiei que a privacidade é algo mesmo do passado. Outro dia no metrô uma mulher discutia a relação no celular, e relatava até mesmo aos brados os últimos acontecimentos com o parceiro. Tipo aquilo mesmo. Tudo assim, espremida, exprimindo-se, a roupa suja lavada no vagão lotado. E afastava o celular do ouvido para que ouvíssemos seu amante também. Ou então lera que os ingleses descobriram que o celular dá aquela doença, quando se encosta muito o aparelho na cabeça.
Claro que não vou reproduzir aqui o barraco, essa vida fractal.
Não escrevi nada sobre isso de bolsa-família – ainda. Tinha um texto meu sobre Pirandello no Blog do dramaturgo Gerald Thomas. Foi isso. E ele acoplou no texto que o presidente era um personagem do siciliano. Eu li lá. Gerald é, além de todo talento que possui, um leitor de qualidade. Ele lê mesmo. Poderia dar um curso na academia, para os orientadores fakes e os críticos de plantão. Por certo, ensinaria que só lendo se escreve. Não há outra saída, ou entrada.
E no sucesso do IG e do seu blog – portal gigantesco – vieram para cá (um por cento dessa margem volante de leitores ), onde meu blog vive, uma ilha tranqüila, sem comentários, uma página pessoal, um diário assim, que qualquer um pode ter. E manter.
Eu, voltando da prainha do pentagrama, ainda pensando no que ocorreu comigo, nas bobagens particulares, no esvaziamento da alma. Na captura do espírito. Um ataque do meu ego negativo, me disseram no templo esotérico. Uma vaidade, sentimento pequeno, o meu. A sacerdotisa disse: faça um banimento desse estado. Ele pode te sugar. Faça um ritual de limpeza. Farei.
Mas não é estranho quando você vê seus projetos e suas idéias funcionando por outras mãos? Não podemos ser possessivos: se quiser tenho mais.
Escrevi isso no twitter ( até agora não entendi bem para que serve esse tal de twitter ).
Sim, mas aí não estavam só em arquivos, são textos e projetos falados e escritos para pessoas do meio acadêmico, em comunicações, concursos. E pessoas que recusaram os textos e projetos agora dão uma ajeitada neles. Uma reciclada bacana. Ou seja: deram um chega pra lá em mim e releram o que interessava. Os projetos estavam parados mesmo, o que que tem né? Realmente, é um assunto bem difícil de abordar. Porque fica parecendo justificativa de quem não publicou ainda (por ene motivos) e agora fica invejando quem fez. Ai ai. Depois a gente fala mal do parlamento. O Brasil não é para principiantes, é do Tom Jobim essa.
Mas os e-mails: 78 mensagens (não li todas), vi logo que os que escreveram queriam mesmo em sua maioria fazer propaganda do PT, que conseguiu despolitizar a sociedade, desmobilizar uma sociedade que o construiu. Ou não? Será que era para isso mesmo que o partido foi, por longas décadas, sustentado? Inclusive por mim.
Dizem lá nas mensagens que eu não sei o que é uma família sem grana, o que é o Nordeste e outras análises. Errado. Emeios e fins errados. Sei muito bem o que é uma família sem grana, conheço bem o Nordeste, conheço muito bem o país. Já perdi a conta de quantos cursos de pós-graduação dei para professores no interior do NE. Até em avião de duas hélices já entrei para chegar nos lugares, nossa mãe! Até de táxi já cruzei uma parte da transamazônica e seus buracos gigantescos, quando a Tam nos fez perder a conexão. E sempre bem sucedido, sempre trabalhei com a maior competência possível só para dizer aos professores: educação não é repasse de informações! Sempre muito bem recebido nos lugares. Somos um povo cordial. Aliás, vi isso ontem na entrevista do presidente do Senado. Cheguei a ficar constrangido e quase convencido com as injustiças sobre ele lançadas do poço sem fundo da política. Se eu não conhecesse o Maranhão, acreditaria. Mas eu conheço. E de trem já fui de Imperatriz para São Luiz, o Estado passou por mim. Vi de camarote o abandono do povão. Se houvesse trabalho de fato, digno, com empenho e lisura, não se veria tanta miséria nesse país. Não estou vinculado a nenhum partido, não voto nem na UDN nem no PSD. Mas estou esperando a Marina surgir. Se votar em alguém será nela. Acho.
Ainda me mandaram um super cavalo de Tróia de presente. Ocorre que eu já li muito Homero, e tenho a proteção de Apolo. O cavalo não entrou, um muro de fogo e flechas o afugentou.
Sobre o bolsa-família tenho uma opinião mais complicada ainda: não sou contra, sou a favor. Apenas acho que 60 contos de réis é uma tutaméia ( ainda se fala em Minas, onde o genial Rosa pegou ). Eu defendo que o governo pague ao menos o salário mínimo do Dieese (R$ 1994,82) como complementação da renda. Sim, e daí para cima. Quero mais que se distribua geral a nossa grana. Melhor seria uma distribuição verdadeira para cada cidadão.
Quem sabe se assim as pessoas poderiam se consultar com especialistas ( sem precisar da humilhação das filas e tantas outras humilhações) ou conseguiriam mesmo uma educação de qualidade para seus filhos. Quem sabe não iriam aos cinemas, teatros, circos, pudessem comprar livros, e quem sabe se não viajariam nas férias? Eu creio.
Seria mais ou menos assim: para uma família que ganha até três salários mínimos – desses, comuns e ralos, um acréscimo de mil novecentos e noventa e quatro reais e oitenta e dois centavos. Sempre o PT lutou pelo salário-mínimo necessário, do DIEESE. Pelo cpf, diretaço. Quem não tem, fizesse. Tanta gente ganhando indenização para ser brasileiro – isso seria o máximo!
Para mim, distribuição de renda é isto. Uma distribuição direta e reta, sem atravessadores. Melhor que distribuir essa grana para uma obra que não sai do papel, ou quando sai, pior ainda. Ou pagar juros de juros de juros para o insaciável mercado financeiro. Melhor esse dinheiro aí na mão dos cidadãos que entregue aos bancos, ou perdido em contas numeradas nos paraísos fiscais. Viram? Eu sou mais pro-bolsa-família que vocês. E aí coloquem como cláusula pétrea – para sempre, para que nenhum governo disso se aproveite, para que não vire moeda eleitoral. Talvez seja esse o problema, o que se critica. O x da questão.
Seria o Estado que forneceria o dinheiro a seus donos. E a economia ia bombar de vez. Uma China tropical, sem a ditadura. É uma coisa meio renda mínima Suplicy, mas mais comedida, ou sem medida.
E digo mais: o que não ouço ninguém dizer, nem mesmo o movimento negro afiadíssimo: aproveitem e indenizem os negros pela Escravidão. Essa mácula que levamos nas costas e na história. Essa vergonha de se construir um país escravizando um povo. Paguem aos negros a dívida pela riqueza gerada por eles. Já que virou moda modificar o passado, vamos ao que interessa. E também os índios pelo genocídio ( aí a Igreja pode dar uma contribuição ). Perdão é bom, se acompanhado de dinheiro.
De onde vai sair essa mufunfa toda? Eu digo: ela já existe, só está mal explicada, digo, aplicada. Muitos não sabem: o Brasil é riquíssimo. Recuperem somente o que foi desviado nesses séculos e veremos a montanha de dinheiro surgir.
Então, aos 78 queridos mensageiros: redirecionem seus e-mails para Brasília – com ou sem o cavalo de Tróia.
Eu por aqui, estou sem lenço e sem documento. E sem a tal caneta mágica.
Tenho mais idéias, se quiserem, tenho muito mais.
Claro que não vou reproduzir aqui o barraco, essa vida fractal.
Não escrevi nada sobre isso de bolsa-família – ainda. Tinha um texto meu sobre Pirandello no Blog do dramaturgo Gerald Thomas. Foi isso. E ele acoplou no texto que o presidente era um personagem do siciliano. Eu li lá. Gerald é, além de todo talento que possui, um leitor de qualidade. Ele lê mesmo. Poderia dar um curso na academia, para os orientadores fakes e os críticos de plantão. Por certo, ensinaria que só lendo se escreve. Não há outra saída, ou entrada.
E no sucesso do IG e do seu blog – portal gigantesco – vieram para cá (um por cento dessa margem volante de leitores ), onde meu blog vive, uma ilha tranqüila, sem comentários, uma página pessoal, um diário assim, que qualquer um pode ter. E manter.
Eu, voltando da prainha do pentagrama, ainda pensando no que ocorreu comigo, nas bobagens particulares, no esvaziamento da alma. Na captura do espírito. Um ataque do meu ego negativo, me disseram no templo esotérico. Uma vaidade, sentimento pequeno, o meu. A sacerdotisa disse: faça um banimento desse estado. Ele pode te sugar. Faça um ritual de limpeza. Farei.
Mas não é estranho quando você vê seus projetos e suas idéias funcionando por outras mãos? Não podemos ser possessivos: se quiser tenho mais.
Escrevi isso no twitter ( até agora não entendi bem para que serve esse tal de twitter ).
Sim, mas aí não estavam só em arquivos, são textos e projetos falados e escritos para pessoas do meio acadêmico, em comunicações, concursos. E pessoas que recusaram os textos e projetos agora dão uma ajeitada neles. Uma reciclada bacana. Ou seja: deram um chega pra lá em mim e releram o que interessava. Os projetos estavam parados mesmo, o que que tem né? Realmente, é um assunto bem difícil de abordar. Porque fica parecendo justificativa de quem não publicou ainda (por ene motivos) e agora fica invejando quem fez. Ai ai. Depois a gente fala mal do parlamento. O Brasil não é para principiantes, é do Tom Jobim essa.
Mas os e-mails: 78 mensagens (não li todas), vi logo que os que escreveram queriam mesmo em sua maioria fazer propaganda do PT, que conseguiu despolitizar a sociedade, desmobilizar uma sociedade que o construiu. Ou não? Será que era para isso mesmo que o partido foi, por longas décadas, sustentado? Inclusive por mim.
Dizem lá nas mensagens que eu não sei o que é uma família sem grana, o que é o Nordeste e outras análises. Errado. Emeios e fins errados. Sei muito bem o que é uma família sem grana, conheço bem o Nordeste, conheço muito bem o país. Já perdi a conta de quantos cursos de pós-graduação dei para professores no interior do NE. Até em avião de duas hélices já entrei para chegar nos lugares, nossa mãe! Até de táxi já cruzei uma parte da transamazônica e seus buracos gigantescos, quando a Tam nos fez perder a conexão. E sempre bem sucedido, sempre trabalhei com a maior competência possível só para dizer aos professores: educação não é repasse de informações! Sempre muito bem recebido nos lugares. Somos um povo cordial. Aliás, vi isso ontem na entrevista do presidente do Senado. Cheguei a ficar constrangido e quase convencido com as injustiças sobre ele lançadas do poço sem fundo da política. Se eu não conhecesse o Maranhão, acreditaria. Mas eu conheço. E de trem já fui de Imperatriz para São Luiz, o Estado passou por mim. Vi de camarote o abandono do povão. Se houvesse trabalho de fato, digno, com empenho e lisura, não se veria tanta miséria nesse país. Não estou vinculado a nenhum partido, não voto nem na UDN nem no PSD. Mas estou esperando a Marina surgir. Se votar em alguém será nela. Acho.
Ainda me mandaram um super cavalo de Tróia de presente. Ocorre que eu já li muito Homero, e tenho a proteção de Apolo. O cavalo não entrou, um muro de fogo e flechas o afugentou.
Sobre o bolsa-família tenho uma opinião mais complicada ainda: não sou contra, sou a favor. Apenas acho que 60 contos de réis é uma tutaméia ( ainda se fala em Minas, onde o genial Rosa pegou ). Eu defendo que o governo pague ao menos o salário mínimo do Dieese (R$ 1994,82) como complementação da renda. Sim, e daí para cima. Quero mais que se distribua geral a nossa grana. Melhor seria uma distribuição verdadeira para cada cidadão.
Quem sabe se assim as pessoas poderiam se consultar com especialistas ( sem precisar da humilhação das filas e tantas outras humilhações) ou conseguiriam mesmo uma educação de qualidade para seus filhos. Quem sabe não iriam aos cinemas, teatros, circos, pudessem comprar livros, e quem sabe se não viajariam nas férias? Eu creio.
Seria mais ou menos assim: para uma família que ganha até três salários mínimos – desses, comuns e ralos, um acréscimo de mil novecentos e noventa e quatro reais e oitenta e dois centavos. Sempre o PT lutou pelo salário-mínimo necessário, do DIEESE. Pelo cpf, diretaço. Quem não tem, fizesse. Tanta gente ganhando indenização para ser brasileiro – isso seria o máximo!
Para mim, distribuição de renda é isto. Uma distribuição direta e reta, sem atravessadores. Melhor que distribuir essa grana para uma obra que não sai do papel, ou quando sai, pior ainda. Ou pagar juros de juros de juros para o insaciável mercado financeiro. Melhor esse dinheiro aí na mão dos cidadãos que entregue aos bancos, ou perdido em contas numeradas nos paraísos fiscais. Viram? Eu sou mais pro-bolsa-família que vocês. E aí coloquem como cláusula pétrea – para sempre, para que nenhum governo disso se aproveite, para que não vire moeda eleitoral. Talvez seja esse o problema, o que se critica. O x da questão.
Seria o Estado que forneceria o dinheiro a seus donos. E a economia ia bombar de vez. Uma China tropical, sem a ditadura. É uma coisa meio renda mínima Suplicy, mas mais comedida, ou sem medida.
E digo mais: o que não ouço ninguém dizer, nem mesmo o movimento negro afiadíssimo: aproveitem e indenizem os negros pela Escravidão. Essa mácula que levamos nas costas e na história. Essa vergonha de se construir um país escravizando um povo. Paguem aos negros a dívida pela riqueza gerada por eles. Já que virou moda modificar o passado, vamos ao que interessa. E também os índios pelo genocídio ( aí a Igreja pode dar uma contribuição ). Perdão é bom, se acompanhado de dinheiro.
De onde vai sair essa mufunfa toda? Eu digo: ela já existe, só está mal explicada, digo, aplicada. Muitos não sabem: o Brasil é riquíssimo. Recuperem somente o que foi desviado nesses séculos e veremos a montanha de dinheiro surgir.
Então, aos 78 queridos mensageiros: redirecionem seus e-mails para Brasília – com ou sem o cavalo de Tróia.
Eu por aqui, estou sem lenço e sem documento. E sem a tal caneta mágica.
Tenho mais idéias, se quiserem, tenho muito mais.
Só que sempre serei um principiante.
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