18/01/2009

Para trás espírito de gravidade

No dia dezesseis de janeiro um insight. De duas uma: ou o medo rege tanta gente – e isso é péssimo, ou a ficção encapa os gestos - ma non è una cosa seria. No que pude ver - e a imagem me trouxe o meio de capricórnio: senhoras do poder desenhando leituras do texto corisco – impondo-se em precipícios, assinando armistícios. Vizinhos malditos, cansando-nos – odiando-se sem cerimônias. Seus deuses em silêncio, ou agindo. Magias eletrônicas, feitiços de sites, uma elegia ao convencimento. Pude ver interesses demarcados – pude ver desejos de fracasso, tesão pela morte. Pude ver que o espírito de gravidade quer reger a vida de todos, e os designios trágicos num Oriente incerto. Pude ver o ar contaminado pelo veneno, argumentos, o mundo se debatendo de tédio e ódio. O calor apontava isso: o medo dos gestos. Até vi um Tirésias tateando agruras, nem sei de onde veio essa imagem. De Darfur? Talvez do excesso de cegueira - o pó branco da insensatez nos cobriu. Vi a viagem se aproximar para fugir – dos especuladores feiticeiros, que transformaram dinheiro em nada, fugir do janeiro longo, do malogro tosco. Das crianças detonadas. A estrela de David me feriu o peito, sangrei. Coloquei um pentagrama num contra-egum no lugar. Todas as teorias esperavam se encaixar, um movimento enfadonho, como se estivesse proibido nascer o novo, como se o mito aprisionado pelo texto reagisse pra trás, círculos assimétricos. Que chegue logo o dia 20. A parusia - de trem?

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