03/04/2009

Que cúpula tenho eu?

No fundo, um elogio vale a rendição. Se um incipiente órgão detém ouro sem jazigas, comprado na troca de uma dívida duvidosa, se a história montou a farsa – repete-se. Se a roleta explodiu na hora do blefe chama-se de novo a banca e tudo passará a girar como manda o figurino. Não há impedimento para o suporte que se estabeleceu – e rega-se tudo a risos e elogios. A compensação e o sortilégio são os discursos dos que pavimentam um suposto novo. E o novo já nasce rendido, porque está submetido à tirania do óbvio, do ululante grito no mercado: fogo, fogo! Ajudem. Apaguem o fogo ateado pelos ébrios do lucro. Logo logo tudo volta a ser como dantes no mercado de Abrantes. E quem perdeu recupera o triplo, quem tem pouco colabora para conter o pânico e evitar o nada: somos chiques! Conserta-se o sistema, na cúpula decide-se o fim do paraíso, um dedo para tantos anéis.