07/07/2009

Títulos

Lesado, eu li os títulos enfileirados do poeta ( no círculo, já aprovado ) como um poema. No início estranhei. Depois segui. Desconfiado da minha visão, ainda forcei uma leitura amena ( às vezes entende-se um poema desfazendo-se do seu rigor, por sorte ). Depois, a poesia sempre aglutina imagens – em versos de uma palavra. Uma gênese. Ela nunca quis nexo. Assim, fácil. Percebi a ausência daquele jogo, daquela forma de imagens. Mas estavam lá, eu que não alcançava? O poeta é acadêmico
( esses conseguem esconder atrás de construções a poesia, muitas vezes ). Reagi, porque não gostei. Reli. Lesado, nem mesmo em duas leituras percebi que eram entradas dos títulos.
Aí, ao entrar, por clicar o mouse ( a mão se contraiu por ela ), pude ver que eram os poemas com tudo o que ofecerem: imagens, estalo, estilo, estirpe e a tal da expectativa em ser poema. Os poemas estavam conformados para a admiração geral.
Como acontece a um leitor tal absurdo?
Se o poema, acostumado a ser lido em seu ritmo elaborado, se trava – atravanca.
Era o sinal dos nomes. O impedimento da leitura. Quase me lembrou o caso daquele poeta, em escala, menor, metido na crítica de artes plásticas, mexido pela lata de lixo, que leu arte. E tudo poderia, para ele, no Masp, ser instalação. Duchamp riu disso.
E olha, estranho: eu até, por momentos, já me afeiçoara ao poema truncado de títulos.

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