25/09/2009

Se o petróleo não for fóssil...

Li e pensei sobre os discursos. Todos querem que tudo fique bem, que não impere a miséria, a fome, o terrorismo. Um território neutro, uma macro embaixada encravada em NY acenando para a reconstrução sempre urgente do mundo. Um mundo que não sabe mais como deixar de se destruir, porque só sobrevive se continuar poluindo-se. Não consegue ver outra saída – se reinventar seria lançar fora muitas conquistas, e são elas que pesam nos discursos. A tenda, sem lugar para se armar, porque não foi para um camping selvagem? O presidente deposto pela corte, ninguém sabe se é um golpe. Confuso. Os discursos formam-se assim nas intenções dos mundos. Onde estão os ciganos que não foram lá explicar uma pátria estranha, andarilha? Isso subverteria todos os discursos, se o mundo sou eu que o carrego, e dele posso me desfazer – e não há mais nada fixo. Nem um pre-conceito do que seria o outro, e o perigo de sua existência, nem o enterro da memória na tragégia maligna do holocausto. Asneira pesada. Há um nazista escondido em cada convencimento? Uma tenda na estrada para diluir tudo, mas não é esse o mundo da Onu, imagine.
O mundo da ONU é um mundo fixo, demarcado pela história e pelas conquistas. Eu li uma matéria com um historiador ( José Augusto Pádua ). Ele dizia exatamente que achar mais petróleo não pode ser considerado mais riqueza somente, mas muito mais ruína. Diz ele: (...) não se trata, como se imaginava na década de 70, de um esgotamento das reservas de combustível fóssil, mas da impossibilidade de continuar utilizando-as no longo prazo. Folha de S. Paulo 13/09/09 A14.
Por outro lado, vi um outro especialista da área de vendas de carros dizer que a frota no Brasil pode aumentar ainda em 40 milhões de automóveis. Diz ele: podemos sair da relação de um automóvel para três para 5 habitantes.
Entre cinco habitantes do país, três teriam um automóvel.
Verdade, parece que não faltará petróleo.
Esse é o mundo pra frente – e para o precipício. Se antes o discurso da ciência era de criar o progresso, agora parece que é o de alerta vermelho: se continuarmos nesse ritmo atrairemos tudo: cataclismas, falta de ar, de comida, de água e muita ruína.
O mundo da ONU não discute esse xeque-mate, ele quer redesenhar o erro de atalho que o mundo tomou, se muito. Longe em pensar outro caminho.
Um erro que pode nos custar a vida, único bem que não podemos perder.
O Planeta morrendo com a boca cheia de petróleo, que imagem horrível.

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