Receber uma autoridade que ousa afirmar que o maior crime já ocorrido na história da humanidade não existiu é uma afronta ao próprio país. A negação pelo presidente do Irã de extermínio de judeus, ciganos e homossexuais realizado pelos nazistas é algo repugnante e agride a toda a humanidade.
Uma ação hedionda e demoníaca dessa jamais deveria ser esquecida, quanto mais negada. Nem quero discutir que o Irã hoje protagoniza perseguições às pessoas que estejam fora do padrão da moral da religião que ali impera. Vi o documentário Cartas ao presidente, de Petr Lom, e o que se revela ali é que na capital do país há uma certa resistência a isso, algo persa que não se perdeu. O que é significativo é acentuar que o governo do Brasil recebe uma autoridade que agride a memória de milhões e da própria humanidade, um ente que quer promover a aceitação, pela força, de suas crenças.
Sei bem que os americanos também impuseram a diversos países essa estratégia: na seqüência de ditaduras na América Latina, no Vietnã, na invasão do Iraque e etc. Todo esse movimento dos EUA configurava um argumento paradoxal: a invasão ( com mortes de civis ) para garantir a liberdade do país invadido. Penso que essa estratégia maquiavélica tenha terminado no governo Bush, e que os próprios americanos consigam perceber o paradoxo que criaram.
Uma ação hedionda e demoníaca dessa jamais deveria ser esquecida, quanto mais negada. Nem quero discutir que o Irã hoje protagoniza perseguições às pessoas que estejam fora do padrão da moral da religião que ali impera. Vi o documentário Cartas ao presidente, de Petr Lom, e o que se revela ali é que na capital do país há uma certa resistência a isso, algo persa que não se perdeu. O que é significativo é acentuar que o governo do Brasil recebe uma autoridade que agride a memória de milhões e da própria humanidade, um ente que quer promover a aceitação, pela força, de suas crenças.
Sei bem que os americanos também impuseram a diversos países essa estratégia: na seqüência de ditaduras na América Latina, no Vietnã, na invasão do Iraque e etc. Todo esse movimento dos EUA configurava um argumento paradoxal: a invasão ( com mortes de civis ) para garantir a liberdade do país invadido. Penso que essa estratégia maquiavélica tenha terminado no governo Bush, e que os próprios americanos consigam perceber o paradoxo que criaram.
Possam eles rever as ações, como também o fez a Igreja Católica, no seu pedido de perdão a índio e negros.
Agora, esse presidente do Irã move-se por causas religiosas ortodoxas, move-se por interpretações do seu livro sagrado – o que não deixa nenhuma margem para revisões. Se o texto sagrado – na interpretação – assegura-lhe a certeza de estar fazendo a coisa certa, só haveria a aceitação, por parte dos diferentes, como solução para um embate. No cristianismo também tivemos o Deus que ditava: quem não está comigo, está contra mim. Essa questão religiosa tem esse agravante: ela justifica as ações como desígnio. Eliminar o ímpio não é algo difícil de se achar em várias escrituras sagradas.
Imaginemos que uma seita radical-ortodoxa assuma o poder político no Brasil. E que imponha aos diferentes credos a submissão e a aceitação de sua doutrina, que obrigue aos desajustados a recondução para o caminho certo. Imagine a guerra civil que por aqui se estabeleceria. Se no passado os índios foram dizimados na disputa da terra e na não aceitação do cristianismo, se os negros foram escravizados porque o discurso religioso de alguma forma dava aval a isso, hoje ainda vemos pequenas cenas localizadas de intolerância e confronto – na TV e nos templos, principalmente contra os ritos afro-brasileiros.
Esse escárnio com o extermínio na segunda guerra coloca em suspensão o direito do governo brasileiro em recebê-lo em nome do país. Eu posso dizer: em meu nome não!
O brasileiro – com sua intensa diversidade cultural e religiosa – deveria repudiar essa visita, rejeitando a presença de Mahmoud Ahmadinejad nesse país onde a diferença e o respeito a ela tem que ser cada vez mais acentuado.
Agora, esse presidente do Irã move-se por causas religiosas ortodoxas, move-se por interpretações do seu livro sagrado – o que não deixa nenhuma margem para revisões. Se o texto sagrado – na interpretação – assegura-lhe a certeza de estar fazendo a coisa certa, só haveria a aceitação, por parte dos diferentes, como solução para um embate. No cristianismo também tivemos o Deus que ditava: quem não está comigo, está contra mim. Essa questão religiosa tem esse agravante: ela justifica as ações como desígnio. Eliminar o ímpio não é algo difícil de se achar em várias escrituras sagradas.
Imaginemos que uma seita radical-ortodoxa assuma o poder político no Brasil. E que imponha aos diferentes credos a submissão e a aceitação de sua doutrina, que obrigue aos desajustados a recondução para o caminho certo. Imagine a guerra civil que por aqui se estabeleceria. Se no passado os índios foram dizimados na disputa da terra e na não aceitação do cristianismo, se os negros foram escravizados porque o discurso religioso de alguma forma dava aval a isso, hoje ainda vemos pequenas cenas localizadas de intolerância e confronto – na TV e nos templos, principalmente contra os ritos afro-brasileiros.
Esse escárnio com o extermínio na segunda guerra coloca em suspensão o direito do governo brasileiro em recebê-lo em nome do país. Eu posso dizer: em meu nome não!
O brasileiro – com sua intensa diversidade cultural e religiosa – deveria repudiar essa visita, rejeitando a presença de Mahmoud Ahmadinejad nesse país onde a diferença e o respeito a ela tem que ser cada vez mais acentuado.
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