13/09/2010

Aplaudam!

Já que parece mesmo que os eleitores viraram uma plateia ( sem acento ), vamos chamar logo um profissional de fato para perguntar: é ou não é? Sim ou não? Vai ou não vai? Quem quer dinheiro? E outras animações do gênero.
A sociedade parece conformada com a realidade, satisfeita até.
Não vejo nenhum debate sério sobre o país. Sobre a dívida pública, sobre a educação, saúde, transportes públicos. Nada. Quem tentou emplacar algo de novo foi o casal B.
Marina foi enfraquecida pelo argumento do consumo - como se a redução desse ato fosse vital para a existência de todos. E o que consumimos, afinal, que nos torna tão satisfeitos? Carros, carne e casas futuras? Ela tentou amadurecer um partido verde que, antes, já tinha freqüentado uma paleta toda - na sua expansão recente.
Plínio teve a imagem semeada de cômico franco-atirador, quando na realidade tenta uma discussão fora do padrão global: estatizar o privado, mas eles hoje não se misturam assim, de tal forma? E quis emplacar um debate sobre as dívidas que parece não interessar em nada ao cidadão comum.
No casal A está a questão:
Serra não consegue demonstrar um caminho sequer na sua origem, pois é apoiado por uma direita queimadíssima, e sem votos, e os sociais-democratas tucanos, que querem parecer elegantes, mas não deixaram mesmo bons exemplos no poder, nos oito anos que governaram a pátria.
Dilma vai levando a presidência, exclusivamente por conta do presidente Lula. Poderemos eleger uma presidente sem sequer conhecê-la. Ela chega a me parecer ter pressa que tudo isso acabe logo, para se eleger sem se expor muito.
Lula terá que se responsabilizar muito mais pela sua administração do que se responsabilizou pela atual. É simplesmente sobre seu aval que a população vai nessa onda. E como em política não existe vácuo, terá que estar mais presente no governo dela que no seu próprio governo – como aqueles mentores de filmes espíritas, para ficar só no Kardec.
E do esforço para construirmos uma sociedade politizada, prafrentex, não viramos de fato apenas uma platéia que aplaude ou vaia de acordo com os interesses imediatos?
Uma claque para aplaudir o sonho do gigante bocejando, e nos refestelar no crédito.